Sra. Chen, a Noiva Chen e a mãe delas.

Acho válido manter uma relação quando existe um apego real e forte pela personalidade e características psicológicas da pessoa mas não é muito comum encontrar isso por aí ainda mais nessa época de relações miojo: você conhece a pessoa miojo, lê o sabor e as instruções, ferve a água e em 3 minutos it's ok,baby! É só colocar o tempero e saborear uma refeição rápida e única e até nunca mais.
Não estou criticando esse tipo de coisa da modernidade pois até já fui adepta dessa facilidade. O fato é que mais complicado que lidar com outras pessoas é conviver com o próprio Eu. Podemos dizer tchau pra uma pessoa miojo, terminar uma relação duradoura e conturbada, bloquear pessoas na internet, não atender ligações e ignorar muita gente mas temos o fardo de conviver com nossas personalidades o tempo todo por anos. Parece que muita gente não tem consciência disso ou ignora esse fato. Talvez não seja todos que encaram a vida dessa forma mas eu, de fato acho muito complicado.
A mocinha de Taiwan casou com ela própria e pode parecer algo inusitado e estranho mas dá prarefletir muito sobre esse amor próprio. Vivemos por instintos de sobrevivência que nos acompanha desde o ventre. Podemos ver isso até em filmes que mostram um aborto e o feto relutando pra continuar confortável dentro da mãe,não querendo morrer. Isso é uma dádiva, benção ou maldição que nos acompanha por toda a existência mas acima do instintos, queremos mesmo tudo isso? Não reclamo da minha vida ou de fatores externos mas do que há internamente,meu próprio eu e a eterna luta entre eu e eu. Brigamos mais que qualquer casal belicoso e por vezes eu me traio, me traio comigo,me traio com tudo ou com nada.
É comum vermos pessoas com uma arrogância desmedida e uma auto estima maior que um elefante. Ao mesmo tempo que isso é invejáel também é patético. Como qualquer relação entre dois seres que necessita de certos conflitos para amadurecer, uma relação entre os Eu's também precisa desses probleminhas pra haver crescimento. Eu que já nasci cansada e com o cordão umbilical enrolado no pescoço, sem ar como um acidente ou como alguém que sabia o caos todo que aguardava, realmente penso ser loucura casar consigo mesma. Já nascemos nos aguentando e não é necessário um banquete pra festejar essa fatalidade. A parte boa de tudo isso? Sempre após as brigas entre eu e eu,melhor que em brigas de casais, posso olhar uma noite nascendo no horizonte, me abraçar,tentar esquecer dos meus conflitos e mesmo que por pouco tempo, tudo faz sentido...
Ao som de: Placebo- Every me, Every You